Colapso e prejuízos: desabamento deixou apenas prejuízos materiais
Na madrugada deste sábado, por volta de uma hora, um pequeno prédio em fase final de construção desabou no número 380 da Rua Maria José Tramonte, no Parque Primavera. Segundo relatos de vizinhos da obra, houve um grande estrondo no local, levantando um grande volume de poeira e pedriscos por todos os lados. Uma moradora do prédio ao lado, número 420, afirmou que todos os moradores da vizinhança imediatamente saíram para a rua para averiguar a causa de tal estrondo e se deparam coma cena do prédio caído, apoiado no prédio no qual ele ficava literalmente encostado - e por isso não colapsou por completo. O desmoronamento do imóvel número 380 destruiu completamente sua garagem e o primeiro andar.
Por obra da sorte, o prédio colapsado estava em fase final de construção e não tinha ninguém morando nele ainda. E o prédio vizinho do lado de baixo foi recentemente concluído e somente um apartamento estava com morador na ocasião do acidente. Eles moravam numa apartamento não afetado pela queda e só foram prejudicado pelo susto e tiveram que se alojar em casas de familiares. O empresário Maritaca, que tem uma distribuidora de veículos pera da Churrascaria Pampa, tem um apartamento no prédio atingido, mas este não foi afetado pela queda. Ele disse que as buas obras seguiram praticamente em paralelo e ele estranhou o andamento no prédio vizinho. "Era tudo bem precário e diferente do que era feito no nosso prédio. O resultado está aí. Ainda bem que não matou, nem feriu ninguém. Mas quem vai pagar o prejuízo dos nossos vizinhos que tiveram seus apartamentos danificados?", queixou-se.
Os vizinhos então acionaram o Corpo de Bombeiros que imediatamente se dirigiram ao local para averiguações e acompanhamento da situação. Fizeram o levantamento inicial da situação, verificaram que não havia vítimas no desabamento e então solicitaram a presença da divisão de Defesa Civil da Prefeitura para averiguar a segurança das estruturas dos dois imóveis afetados. Momentos depois, a equipe da Defesa Civil chegou ao local e observou a situação do prédio que ficou intacto. Por precaução, o interditaram, solicitado que os únicos moradores pegassem os pertences mais importantes e deixassem o local. Na manhã do sábado, a equipe da Defesa Civil deve retornar ao local do acidente para fazer, com melhores condições de luminosidade, uma avaliação mais detalhada e segura da situação.
As paredes laterais do prédio que desabou ficaram coladas às paredes do prédio vizinho
Um arquiteto e incorporador que foi ao local, afirmou que o prédio caiu por falhas estruturais que eram visíveis nos escombros. "É prematuro apontar a real causa do colapso deste prédio. Pode ser fundações insuficientes, feitas sem estudo geológico do local. Pode ser erro no dimensionamento das colunas e vigas. Pode ser erro na execução do projeto, com o uso inadequado de ferragens, concretos e outros elementos estruturais. Só a perícia técnica vai apontar a causa do colapso", destacou. Ele também apontou uma primeira irregularidade: não havia placas de identificação da responsabilidade técnica da obra. "Pode ser que alguém foi lá e retirou a placa, mas a legislação determina que toda e qualquer obra realizada no município dever ter uma placa identificando os responsáveis pela obra. Isso é uma exigência federal, do CREA, e em Poços, da Prefeitura". Segundo ele, é importante que se faça a rápida demolição do prédio colapsado para evitar que seus escombros coloquem em risco aquele onde está encostado. "Este prédio foi projetado para receber uma carga. Pode ser que os escombros coloquem um peso adicional não previsto no projeto estrutural e coloque em risco sua estabilidade", finalizou o incorporador.
Caso parecido no mesmo bairro - No dia 1º de janeiro do ano 2000, também aconteceu um caso bem parecido no Parque Primavera, na Rua Henrique Borghetti (perto da Sorveteria Nevada). Na noite da virada de ano, um prédio de 4 andares também desabou e ficou encostado numa residência situada ao lado. Neste caso, constatou-se que havia sido construído um andar a mais do que o previsto no projeto e que as fundações foram feitas sem o estudo da geologia local. Lá havia uma lagoa que foi aterrada e a engenharia exige a colocação de estacas bem profundas para suportar o peso da edificação. O caso foi para a justiça, que demorou vários anos para ser resolvido.