Ex-secretário de Saúde explica contrato com Santa Casa de Pirapora
O ex-secretário de Saúde, Thiago Mariano, iniciou a coletiva de imprensa, ontem, fazendo um apanhado das ações realizadas pela Santa Casa de Pirapora, cujo contrato foi rompido unilateralmente pela prefeitura na semana passada, e destacando que "foi um momento em que a saúde de Poços viveu uma grande mudança" com reforma de unidades, com fila de atendimento como nunca teve e com "pessoas deixando de usar o serviço de saúde particular preferindo o de saúde pública municipal".
Ele lembrou que quando assumiu a secretaria, em fevereiro de 2023, a saúde em Poços passava por uma momento difícil, de CPI, com a empresa que prestava serviço de plantonista e consultas eletivas com os contratos rompidos. "No meu primeiro dia de serviço tive que assinar um contrato que não foi desenhado por mim, pela gestão anterior, emergencial em serviços de médicos, com duração de 6 meses", recordou.
Na sua avaliação, o perigo no momento era de manter o mesmo modelo que estava sendo questionado e que gerou toda a dificuldade e a CPI. A secretaria, então, recebeu uma proposta de contratação da Santa Casa de Pirapora explicando que ela estava em vários municípios, que apresentavam um serviço complementar ao SUS em saúde pública com abrangência de médicos, plantonistas e que ele poderia ser desenhado de acordo com a necessidade do município.
"A necessidade do município era tudo, tinhamos unidades mal cuidadas, falta de equipamentos médicos e falta de médicos nos postos de saúde. Fomos pesquisar e entender esse processo de contratação OSS e onde se desenha a parte jurídica disso, dentro da Secretaria de Governo. E quem era o secretário de Governo? O Paulo Ney. Então tudo isso foi desenhado com parecer jurídico, com pesquisa de mercado pela equipe da saúde e quanto ao preço de contratação feito pela equipe de controle e avaliação. Tudo isso não é o secretário que define, é uma equipe. Foi feito sem licitação porque existia o risco de terminar o contrato emergencial ", justificou Thiago.
Fluxo de dinheiro inverso
Sobre o fluxo de caixa, Thiago explicou que em um convênio do tipo serviço complementar ao SUS, como a Santa Casa é uma entidade sem fins lucrativos que vai fazer toda a gestão, normalmente se paga primeiro e ela vai executando o serviço.
"Poços tinha um medo no ar, que era o histórico do Instituto Sollus, que foi embora do município com dinheiro. O que fizemos: trabalhamos com fluxo de dinheiro inverso. Era a prefeitura que sempre devia o serviço prestado pela OSS, porque eu não podia correr o risco de uma entidade vir aqui, pegar o dinheiro e ir embora de novo", justificou o ex-secretário.
Desta forma, o serviço era executado, prestado contas e o pagamento feito. "Sempre trabalhamos com uma dívida corrente com a OSS, uma dívida que era administrada. Vocês pagam os médicos com 60 dias de fluxo de caixa e nós vamos pagar vocês com esse fluxo de caixa de 60 dias", explicou.
Thiago alerta, no entanto, que uma coisa que não dá para fugir é o funcionário, porque pela lei o pagamento tem que ser feito até o quinto dia útil. "Trabalhamos de forma a preservar o caixa da entidade para que, no máximo até o quinto dia útil, se pagasse o funcionário", garantiu Thiago.
Ele lembrou que até dezembro, em sua gestão como secretário, nunca atrasou um salário dos contratados, por CLT, pelo contrato de Salto de Pirapora. "Existia atraso de pagamento de médicos sobre o convênio quando eu era secretário? Existia, mas atraso razoável, como é também na Santa Casa de Poços, como é em qualquer Santa Casa do país que vive de recurso público. Atrasava sim, mas tínhamos o compromisso de o mais rápido possível fazer o repasse para colocar em dia esse pagamento", informou.
Queria mais dois anos
Thiago Mariano afirmou que o orçamento da saúde em Poços é alto e que por isso é preciso dar o melhor atendimento para a população e que isso estava evoluindo. "Meu sonho era chegar a mais dois anos de secretário de Saúde, para ter todas as unidades reformadas, um serviço consolidado e encerrar meu papel como secretário de Saúde e a vida que segue. Infelizmente, não foi possível", lamentou.
O ex-secretário afirmou que acha normal o prefeito trocar de convênio, porque ele é quem decide, mas que é preciso ter sensibilidade com os funcionários da Santa Casa de Pirapora que trabalharam, que se dedicaram e que não precisam passar por esta situação de não receberem seus salários.
Momento de certeza
Thiago Mariano disse que teve certeza que não permaneceria como secretário de saúde no dia 31 de dezembro, às 19 horas, quando o prefeito atual Paulo Ney lhe mandou uma mensagem por celular afirmando que ele não ficaria e que iria anunciar o novo secretário. O prefeito ainda teria garantido que a amizade permaneceria e o agradecendo por tudo e dizendo que ele tinha feito um excelente trabalho.
"A eleição foi dia 6 de outubro e ele levou muito tempo para conversar comigo. Servia para conversar até 6 de outubro, que era o tempo de eleição e depois não servia mais? Acho que tudo que foi perguntado pela equipe de transição nós respondemos, enviamos certa de 1.600 páginas de detalhes, dados, contratos e tudo que era feito pela secretaria", recordou.
Triste com a situação
O ex-secretário de Saúde, em entrevista ao programa Café Interativo, da Sulminastv, afirmou que ficou triste com a situação daqueles que estão sem receber, dos fornecedores de serviço de saúde, e por ter se dedicado, contribuído, ter se envolvido em um projeto e após não poder participar do governo de Paulo Ney.
"Não posso deixar de ser sincero. Eu esperava, sim, participar desse processo, mas aí entram fatores que não estão em minhas mãos, ao meu controle. A gente é temente a Deus, acredita muito em Deus e acho que os planos de Deus estão à cima de todos os planos e com certeza Deus tem algo preparado nisso tudo", declarou Thiago.
Deputado Rodrigo Lopes discute melhorias na BR-383 com o vice-governador de São Paulo
No último dia 14 de janeiro, o Deputado Estadual Rodrigo Lopes participou de uma reunião com o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, para debater as condições e o potencial estratégico da BR-383, rodovia que conecta Minas Gerais e São Paulo e desempenha um papel essencial na infraestrutura, mobilidade e economia das duas regiões.
Representando também o prefeito de Itajubá, Rodrigo Lopes destacou a relevância da BR-383 para o fortalecimento regional, com melhorias que irão beneficiar diretamente cidades como Itajubá, Piranguçu e Campos do Jordão. Ele ressaltou que os investimentos na rodovia não apenas promoverão maior segurança no transporte de pessoas e mercadorias, mas também impulsionarão setores fundamentais como o turismo e a geração de empregos.
“O fortalecimento da BR-383 é mais do que uma questão de infraestrutura, é um projeto de conexão e integração entre dois estados que têm muito a oferecer ao país. Melhorar essa rodovia significa gerar impacto positivo para a economia, o turismo e, principalmente, para a qualidade de vida da população das regiões envolvidas,” afirmou Rodrigo Lopes.
Durante o encontro, foi reforçado o compromisso e a união de esforços entre os governos de Minas Gerais e São Paulo para promover o desenvolvimento sustentável. A parceria entre os estados destaca a importância de um diálogo constante para atender as demandas da população e construir um futuro mais conectado e próspero.
Rodrigo Lopes também ressaltou que seguirá acompanhando o tema e lutando por melhorias na rodovia: “Seguimos firmes no diálogo e na construção de soluções conjuntas. Investir na BR-383 é criar um eixo estratégico para o crescimento de Minas Gerais e São Paulo, ampliando horizontes e gerando oportunidades para todos.”
O encontro reforça como a infraestrutura e cooperação entre estados podem ser transformadas em ferramentas de progresso. A modernização da BR-383 será um marco de integração e desenvolvimento regional, beneficiando milhares de pessoas e conectando Minas Gerais e São Paulo de maneira mais eficiente e sustentável.
Prefeito anuncia dois novos secretários
O prefeito Paulo Ney (PSDB) anunciou nesta terça-feira que José Carlos Vieira é o novo secretário de Planejamento.
José Carlos Vieira, 66 anos, é graduado em Matemática/Física e Engenharia Civil pela AMEPC Poços de Caldas/MG, com MBA em Gerenciamento e Administração de Negócios pela Fundação Dom Cabral e Fundação Getúlio Vargas.
Iniciou sua carreira como metalúrgico na Jota Ind. Mecânica SA, passando a projetista na Termocanada SA e líder de projetos na Nuclebras. Foi professor na Escola Técnica Don Bosco e na Faculdade de Engenharia AME/PUC.
Em 1980, ingressou na Alcoa Alumínio, onde ocupou cargos estratégicos como Superintendente de Laminação, Gerente de Engenharia e Gerente Geral de Operações da Mina de Bauxita em Juruti/PA, além de coordenar pesquisas e representar a empresa em comissões técnicas.
Após sair da Alcoa em 2012, assumiu a Diretoria de Manufatura da Graham Packaging, modernizando operações em empresas como Danone, Bayer e Shell. Em 2018, foi convidado a presidir a DME Participações, liderando a reestruturação e crescimento sustentável do grupo.
ESPORTES
Paulo Ney anunciou também a substituta de Pelezinho na Secretaria de Esportes. Trata-se de Zélia Maria Testi Moreira no esporte como atleta de basquete, conquistando destaque ao se tornar vice-campeã mineira nos Jogos do Interior de Minas Gerais.
Zelinha foi também integrante da equipe de basquete da Caldense e de São João da Boa Vista (SP), com participação nos Jogos Regionais do Estado de São Paulo. Atuou como assistente do técnico de basquete Luís "Zinho" Cagnani, o que agregou mais experiência a sua trajetória no esporte.
"Agradeço o convite, o esporte me trouxe para a educação e agora a educação está me trazendo de volta ao esporte. Contem com o meu trabalho, vamos juntos, vai dar tudo certo", declarou Zelinha.
EM OFF
* Nunca antes na história política de Poços de Caldas se viu um início de governo com tanta turbulência como este que tem no comando a dupla Paulo Ney e Eduardo Januzzi. Muita gente já teme pelo que pode vir por aí, principalmente no episódio do rompimento do convênio firmado entre a prefeitura e a Santa Casa de Salto de Pirapora, encerrado de forma unilateral pela prefeitura, um fato que ainda vai dar muito o que falar.
* Também ficou muito mal para o prefeito a declaração do ex-secretário de saúde Thiago Mariano, um dos coordenadores da sua vitoriosa campanha eleitoral. Thiago sabe das coisas e como está magoado com o prefeito Paulo Ney pelo fato de este ter lhe virado as costas logo após a festa da vitória, ainda pode revelar fatos que colocarão o prefeito em uma situação delicada. Uma frase do ex-secretário que ganhou visibilidade foi esta: “Paulo Ney foi traidor e praticou estelionato político”.
* Mariano se considera traído pelo prefeito que foi durante anos, seu colega de secretariado no governo de Sérgio Azevedo. A oposição acompanha os fatos e colhe informações importantes que poderão desaguar em uma nova CPI para investigar a realidade dos fatos, uma situação que leva intranquilidade ao atual governo até porque poderá comprometer não só a atual, como também a gestão anterior.
* Thiago afirmou em sua fala que dívidas da prefeitura com a conveniada só não foram empenhadas antes do final de 2024, por conta do orçamento e que deveriam ser empenhadas em janeiro de 2025. A lei é muito clara quando afirma que o prefeito que deixa o cargo não pode deixar dívidas para o seu sucessor, a não ser que no caixa esteja o recurso para quitá-las. Caso contrário o prefeito que deixa o cargo ficará inelegível. Cabe então uma investigação por parte do legislativo para levantar e investigar como se deu a passagem de governo e se ficaram dívidas passadas para serem empenhadas em 2025.
* A turbulência na saúde e até mesmo a falta de habilidade política do prefeito Paulo Ney vai lhe dar muita dor de cabeça e um grande desgaste no cargo. Pelos lados do PL, por exemplo, a legenda já decidiu que Marcelo Heitor continuará na presidência do partido e será candidato a deputado em 2026.
* Com essa decisão o PL se firma como partido de oposição, com três vereadores na Câmara. Como o prefeito não abriu conversa com o partido até agora, diante do desgaste que sofre o governo neste início de governo, agora são os vereadores que não querem alianças com ele.
* Segundo o jornal Estado de Minas, prefeitos recém-empossados relatam dificuldades para administrar cidades com cofres vazios, herança deixada, segundo eles, pelas gestões anteriores. Em diversas cidades de Minas Gerais, a ausência de recursos tem comprometido desde o pagamento de funcionários púb