Tabuleiro político sulfuroso ainda em definição
"A União era, sem dúvida alguma, uma força política em apoio à candidatura do Paulo Ney. O final dessa história eu acho que não está definido ainda", analisou o ex-prefeito, Luiz Antonio Batista, sobre um possível rompimento do partido com o grupo do prefeito, apesar das manifestações iniciais e dos ânimos exaltados e das críticas dos filiados devido a forma como os fatos ocorreram. Mesmo acreditando que nada está definido, Luiz Batista analisa que a "fratura aconteceu e nada será como antes", disse que não está torcendo por um rompimento e nem afirmando o que vai acontecer daqui para frente. "A decisão final vai acontecer nas convenções e ainda faltam dois meses, neste período muitas coisas podem acontecer", analisou.
Luiz Antonio lembrou que quando seu nome foi escolhido como pré-candidato a prefeito, devido a missão dada pelo ex-prefeito Sebastião Navarro a ele como diretor do DMAE para levar água aos quatro cantos da cidade, houve muitas reações contrárias no grupo e ele quase não foi candidato. "Eu confesso que na última hora eu disse que se eu não era o candidato que uniria o grupo, eu deixaria de ser candidato, porque não era tão fundamental assim a minha candidatura. Fundamental eu achava que era eleger o prefeito, mas acabei sendo o candidato", afirmou Luiz Antonio, mostrando que isso aconteceu uma semana antes da convenção e tudo se normalizou.
A não ida de Paulo Ney para o União
Luiz Batista disse que já participou com o Carlos Mosconi de três campanhas e que historicamente foram adversários, exceto em um momento em que apoiaram o Eduardo Azeredo para governador, e hoje têm uma ótima relação com ele e admira o seu trabalho, mas que nas oportunidades em que esteve ao seu lado em campanhas constatou que não é feitio dele tomar posições radicais. Por isso, não acredita que Paulo Ney tenha permanecido no PSDB por conta de Mosconi, embora não possa duvidar.
"O Mosconi pode ter colocado as razões dele e os motivos de querer estar junto na campanha. Ao que me parece, o problema dele é com o deputado Rodrigo Lopes, do União. Mas, eu não acredito que o Mosconi tenha sido tão radical de falar eu não quero", analisou Luiz.
Além disso, segundo ele, a conversa já vem de algum tempo. "Será que em algum momento o Sérgio Azevedo e Carlos Mosconi não conversaram e deixaram acontecer para depois sair para apagar o fogo? Eu não sei a razão e essa razão não foi explicada ainda. Algum motivo deve ter havido para na última hora o Paulo Ney ter tomado a decisão de continuar no PSDB", disse Luiiz. "Não se pode dizer simplesmente que mudou porque achou que é melhor ficar no PSDB. Essa explicação tem, sim, que ser dada ao União Brasil", defendeu Luiz Antonio.
Orçamento de Poços é peça de ficção
Para o ex-prefeito Paulo Tadeu o orçamento de Poços é uma peça de ficção, "não serve para nada, serve apenas para cumprir a lei".
Segundo ele, existia uma expectativa de arrecadação de R$ 1,4 bilhão, que já era superestimada para 2023 e a receita liquida do período foi de R$ 966,5 milhões.
"Praticamente dobrou a expectativa em relação a 2024 e vai ficar de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões aquém. O executivo tem autorização para mexer em 15% do orçamento sem precisar da Câmara, excetuando algumas expectativas de crédito que não serão realizadas ou repasses não realizados, com essa manobra o prefeito ganha cerca de R$ 75 milhões a R$ 100 milhões de movimentação no orçamento sem precisar de autorização legislativa", explicou Paulo Tadeu.
Paulo Tadeu afirmou que a expectativa que tem é que o executivo vai movimentar no total R$ 250 milhões sem nenhuma consulta ao Legislativo.
"Tem uma coisa que é muito grave é que nesses R$ 966,5 milhões de arrecadação o município teve uma despesa liquidada e paga da ordem de R$ 904,4 milhões e que deste total R$ 436 milhões foi com despesa de pessoal e R$ 253 milhões com serviços de terceiros", analisou Paulo.
Desta forma, dos R$ 904,4 quase que R$ 700 milhões foi com folha de pagamento e serviços terceirizados, ou seja, com pessoas e que é, por isso, que "não tem comida decente nas creches, que faltam medicamentos na saúde, problema de pagamento com fornecedor, a banda ficou um tempo sem funcionar porque os músicos não recebiam, por isso que não paga aluguel, porque não tem dinheiro, administração e gestão".
Para Paulo Tadeu o próximo prefeito, se for administrar com seriedade, terá que refazer e reposicionar este orçamento, numa negociação com a Câmara Municipal, para levar a sério a questão do orçamento público.
Projetos ligados ao turismo estão parados desde 2022
Datado de 2022, o projeto de lei que dispõe sobre a reestruturação do Conselho Municipal de Turismo e também do Fundo Municipal de Turismo continua parado, isso após parecer emitido em maio de 2023 pelo vereador Silvio de Assis (MDB) endossando pareceres das assessorias Financeira, Jurídica e Técnica Legislativa, que apontava falhas e por isso precisaria ser retirado para sofrer as correções.
Já o projeto dispondo sobre a política municipal de turismo, também de 2022, estava pronto para ser apreciado pelo plenário, após esclarecimentos, emendas e adaptações sugeridas, conforme parecer da Assessoria Jurídica, mas também não andou. Ontem, no expediente dedicado ao executivo, deu entrada na Câmara a solicitação do prefeito para que os dois projetos tramitem com urgência na Câmara.
Emendas parlamentares
Atendendo solicitação do vereador Douglas Dofu, o deputado estadual Rodrigo Lopes informou, através de ofício, que destinou recursos das suas emendas parlamentares de 2024 para a implementação do Projeto de Robótica, em parceria com a FIEMG, e para o Projeto EJAtech.
O deputado ainda informou que destinou outros recursos das suas emendas parlamentares de 2024 para o município de Poços. São eles: R$ 500 mil para custeio da Santa Casa; R$ 300 mil para cirurgias ofatalmológicas pelo Sismarpa; R$ 300 mil para aquisição de equipamentos para o Corpo de Bombeiros; R$ 120 mil de transferência especial para a Equoterapia e R$ 8.500 para que a Emater possa adquirir um medidor para umidade de café.
EM OFF
* Além de uma boa audiência, também alcançou grande repercussão a entrevista do presidente do União Brasil, Tiago Cavelagna, no programa Amigo Promotor, levado ao ar pela Rádio Estúdio FM e Sulminastv, ontem pela manhã. Sem papas na língua e falando sem rodeios, Cavelagna expos em detalhes o episódio que resultou na não filiação do secretário Paulo Ney ao partido, decisão tomada no sábado, último prazo para a filiação.
* Cavelagna além de tudo se disse magoado pela atitude do chefe do executivo, primeiro por tentar filiar o pré-candidato na executiva estadual do partido e depois por ter procurado o ex-deputado Bilac Pinto, com esta mesma intenção. Sem saída, o prefeito teve que conversar com o presidente do partido em Poços e até sábado, a filiação parecia estar decidida, o que acabou não acontecendo, e o pior, o presidente da legenda só ficou sabendo da decisão por meio de terceiros.
* Tiago informou que como o prazo final para o registro de candidaturas será em julho, até lá haverá muitas conversas e negociações, mas foi claro ao se dizer decepcionado com a postura não só do prefeito, mas também do pré-candidato. Diante do acontecido, o União Brasil poderá lançar candidatura própria, se aliar a um outro candidato (tem convites de Ulisses Guimarães e Eloisio), embora esteja disposto a analisar com seus companheiros de partido outras opções.
* Durante o programa Cavelagna foi muito elogiado pela sua postura séria e independente, não deixando de reconhecer e ser grato ao prefeito, pela oportunidade de integrar a sua equipe de governo. Na segunda-feira, Tiago protocolou na prefeitura uma carta onde solicita demissão do cargo de secretário-adjunto de obras, em caráter irrevogável. Estranhamente, até hoje a portaria com a sua exoneração não foi publicada no diário oficial.
* Enquanto isso, pelos lados da casa amarela impera silêncio absoluto. A estratégia, segundo uma fonte que tem livre acesso no andar de cima, é deixar a temperatura baixar para depois juntar os cacos. Existe até mesmo a possibilidade de uma mexida na chapa (Paulo Ney e Marcelo), para quem sabe segurar o União Brasil no grupo. Quanto à vereadora Regina Cioffi, dizem que ela não é motivo de preocupação.
* Quem ganhou força neste episódio da permanência do pré-candidato Paulo Ney, no PSDB, foi o vereador e pré-candidato a vice Marcelo Heitor, do PL. Já se fala até mesmo no lançamento de Marcelo para prefeito, com o vice indicado pelo União Brasil. Conversas nesse sentido já teriam sido iniciadas, com boa aceitação por parte do PL.
* Até porque sendo um partido da direita, será complicado para Marcelo, caso seja confirmada sua candidatura a vice de Paulo Ney, explicar aos eleitores a formação de uma chapa tendo como candidato a prefeito alguém filiado ao PSDB, partido reconhecido como sendo de centro esquerda.