A grande perda de passageiros pela concessionária Floramar é mais uma dor de cabeça para o prefeito Sérgio
A somatória de vários fatores negativos pode levar o sistema de transporte coletivo urbano de passageiros de Poços de Caldas ao colapso. A advertência foi feita por diretores da Floramar - a empresa concessionária que explora estes serviços na municipali- dade. Segundo eles, à época da licitação, o parâmetro apontado era o transporte mensal de aproximadamente 1.022.000 passageiros/equivalentes pagantes por mês. Porém, hoje este parâmetro está na casa dos 613.000 passageiros pagantes e coloca em risco toda a operação do serviço e a viabilidade econômica da empresa que hoje mantém um quadro de 440 colaboradores nas suas diversas áreas de atuação e opera com 96 veículos que percorrem mensalmente cerca de 800.000 quilômetros em todas as regiões geográficas da cidade.
Os diretores explicam que esta queda no número de passageiros transportados se deve principalmente à concorrência desleal de carros de aplicativos, mototáxi e de motoristas clandestinos que coletam clien- tes próximo aos terminais. “Isso é uma ilegalidade, pois tais operadores de transporte não têm nenhum compromisso com a população. Só aparecem nos melhores horários e melhores trajetos. A Floramar tem que rodar todos os dias, em todos horários e trajetos - mesmo que os ônibus estejam vazios”, explicaram. Eles acrescentaram que mesmo com estas situações adversas, mantém rigorosamente em dia a folha de pagamento da empresa, com salários acima da média praticada em outras categorias, além de oferecer os melhores benefícios (vale alimentação de R$ 630,00, plano de saúde e odontológico, treinamento e aperfeiçoamento constantes, etc). Neste particular, eles temem que o Congresso Nacional volte a onerar as folhas de pagamento em 20%, o que tornaria a realidade ainda mais difícil.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em transportes de Poços de Caldas, José Aparecido Luciano, disse que entende a preocupação da concessionaŕia e por isso recentemente se reuniu com o prefeito Sérgio para encontrar uma solução para esta ameaça. Ele propôs que se adote em Poços de Caldas o subsídio às passagens, o que já é adotado em várias outras cidades da região e do Brasil para viabilizar o sistema de transporte coletivo. Poços é a única que não faz isso. Segundo o presidente, o prefeito rejeitou a sugestão, dizendo que a Prefeitura está na maior pindaíba e não tem condições financeiras de subsidiar os usuários do transporte coletivo. “Isso é um absurdo! Muitas outras cidades menores ou do mesmo porte de Poços de Caldas subsidiam os seus passageiros. Se aumentar a tarifa, aí é que a coisa se complica, pois o sistema vai perder mais clientes ainda. E, pior ainda, colabora com o aumento no número de veículos particulares por aplicativo no transporte, o que aumenta o volume e piora o trânsito, diminuindo a segurança coletiva”, finalizou Luciano.